Nos últimos dias, o estado do Rio Grande do Sul enfrentou uma tragédia desoladora desencadeada por fortes chuvas e tempestades. O que deveria ser um fenômeno natural tornou-se uma calamidade, deixando um rastro de destruição em sua passagem. Nesse momento de adversidade, é fundamental refletirmos sobre a solidariedade que devemos oferecer, as lições que podemos aprender e, principalmente, as ações futuras que temos que executar.
As chuvas desencadearam inundações, deslizamentos de terra e o transbordamento de rios e lagos, devastando comunidades inteiras e deixando um número alarmante de pessoas mortas, desabrigadas e deslocadas. As imagens de casas submersas, estradas destruídas, animais em perigo e famílias desamparadas ecoam por todo o estado e têm comovido o Brasil e o mundo. O Instituto Adus, ciente da gravidade desse evento e de seu impacto nas vidas das pessoas, solidariza-se com as vítimas e clama por uma ação coletiva e imediata.
O aumento desses eventos extremos não é apenas uma questão local e esporádica, mas sim um reflexo das mudanças climáticas globais. De fato, o sul do Brasil não é o único local atingido por catástrofes naturais nos últimos dias e meses, outros países ao redor do mundo também estão enfrentando desastres devastadores. Do continente africano, países como Quênia, Tanzânia e Burundi foram afetados por inundações e deslizamentos de terra, causando perdas significativas de vidas e destruição de infraestrutura. Na Arábia Saudita, chuvas torrenciais resultaram em inundações repentinas, enquanto na Turquia, China e Indonésia, eventos como deslizamentos e alagamentos deixaram comunidades inteiras em estado de emergência.
À medida que o clima se torna mais volátil e imprevisível, mais comunidades serão afetadas, e mais pessoas serão atingidas e forçadas a se deslocarem em busca de condições de vida seguras. O número de refugiados climáticos já é grande e será cada vez maior ao redor do mundo. De acordo com o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, desde 2009, estima-se que a cada segundo uma pessoa é obrigada a se deslocar devido a desastres naturais, resultando em uma média de 22,5 milhões de deslocamentos causados por fenômenos climáticos ou relacionados ao clima. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) prevê um aumento significativo no número de deslocamentos ao longo deste século. Portanto, é fundamental reconhecer que todos estamos em risco e que a inação não é uma opção viável.
É necessário agir agora, tanto em níveis local quanto global. No nível local, é crucial implementar medidas de prevenção e mitigação de desastres, como o planejamento urbano sustentável e a melhoria da infraestrutura de drenagem. Além disso, é fundamental garantir o acesso a abrigos seguros e assistência humanitária adequada para os afetados pelas chuvas e outras catástrofes.
No entanto, as soluções de longo prazo exigem uma abordagem global e coordenada. Os líderes mundiais devem redobrar seus esforços para combater as mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e investindo em energias renováveis e práticas sustentáveis. Além disso, deve-se fortalecer os sistemas de proteção e assistência aos refugiados climáticos, garantindo-lhes o direito à dignidade e à segurança.
O Instituto Adus reafirma seu compromisso em apoiar e defender os direitos de todas as pessoas, bem como em promover a conscientização sobre as questões relacionadas às mudanças climáticas. Neste momento de crise, é essencial que nos unamos em solidariedade e ação, pois somente juntos poderemos construir um futuro mais seguro e sustentável para todos.
Caso queira ajudar as vítimas do Rio Grande do Sul, a Cruz Vermelha de São Paulo está arrecadando itens de maior urgência, como garrafas de água, alimentos não perecíveis, produtos de higiene e limpeza, além de roupas em bom estado. A sede da CVSP está funcionando 24h por dia para doações, no endereço da Av. Moreira Guimarães, 699, no bairro de Indianópolis, em São Paulo.