A tensão persistente entre Israel e o Hamas continua a ser uma fonte significativa de preocupação internacional. O conflito, marcado por décadas de hostilidades e disputas territoriais, mantém uma atmosfera de instabilidade na região do Oriente Médio e deixa a população civil ainda mais vulnerável à violência extrema.
A situação em Gaza é particularmente delicada, com um grande número de palestinos enfrentando deslocamento interno devido aos conflitos e ataques. Estima-se que mais de um milhão de pessoas tenham sido afetadas, em uma população total de aproximadamente 2,2 milhões. A situação é agravada pelo fato de que muitos refugiados já vivem em campos superlotados, onde as infraestruturas estão sobrecarregadas e os recursos escassos. Aqueles que foram deslocados recentemente enfrentam a incerteza de não saberem quando poderão retornar às suas casas, se é que isso será possível. A iminente possibilidade de uma invasão por parte das forças israelenses adiciona uma camada adicional de preocupação a esse quadro já complexo.
A UNRWA, Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, tem desempenhado um papel crucial ao fornecer abrigo provisório em escolas para os deslocados. Essas instalações não estão isentas dos impactos diretos do conflito, pois, apesar de protegidas pelo direito internacional humanitário, uma série de ataques contra abrigos e escolas ocorreram nos últimos dias, assim como contra a própria agência da ONU. O acesso à saúde, água e saneamento estão sendo negados a população palestina, levando os serviços à iminência do colapso e agravando a insegurança alimentar.
A conselheira especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Alice Wairimu Nderitu, expressou sua “forte condenação” à situação ocorrida dentro e ao redor da Faixa de Gaza, alertando sobre o risco muito sério de uma escalada militar na região. Nderitu destaca a vulnerabilidade dos palestinos e de outros civis que permanecem ou fogem de suas casas devido aos perigos decorrentes da crescente violência.
Uma possível rota de fuga para os residentes de Gaza pelo sul, em direção à fronteira com o Egito, é aguardada por alguns grupos, inclusive por um contingente de brasileiros que busca deixar o território. O Governo do Brasil está à espera da liberação da divisa para tirar seus cidadãos e também os cidadãos de países do Mercosul do território palestino, de onde serão repatriados. A abertura está condicionada às negociações em curso entre os países envolvidos. Contudo, a negação por parte do governo israelense de um acordo de cessar-fogo para facilitar a retirada e a entrada de ajuda humanitária complica ainda mais a situação.
O Brasil propôs uma resolução pacífica perante o Conselho de Segurança da ONU, mas foi vetada pelos EUA. A proposta do Brasil destacou pontos como a libertação imediata e incondicional dos reféns israelenses, a proteção de civis e infraestruturas essenciais (eletricidade, água, combustível, comida, medicamentos), a criação de um corredor humanitário e a saída segura de civis, incluindo a proteção de pessoal de assistência humanitária. Além disso, condenou todas as formas de violência contra civis, abrangendo os atos terroristas do Hamas. No entanto, não mencionou explicitamente o direito de Israel à autodefesa, uma omissão que diferiu da posição dos Estados Unidos.
Neste cenário, a comunidade internacional enfrenta o desafio de buscar soluções pacíficas e promover o diálogo entre as partes envolvidas, visando a estabilidade e a segurança a longo prazo na região. O monitoramento cuidadoso e a busca por resoluções justas e equitativas continuam sendo imperativos para abordar as causas profundas desse conflito complexo e multifacetado.